No final do ano passado, tomei uma decisão: Vou me entregar por inteiro ao Teatro. Muitos medos, inseguranças, mas com a certeza de que estava/estou construindo a casa em que quero morar. Uma construção trabalhosa que precisa de tempo, de livros, do palco, de compromisso e principalmente de outras pessoas. Pessoas para gente trocar, discutir, sorrir, abraçar, observar e muitos mais verbos no infinitivo, já que fazer teatro é estar ativo, em ação.
Então desde janeiro estava em ação, “me” desafiando a conhecer o teatro.
Eis, que em agosto um autoconvite dá certo e Marcelo me convida para ser seu companheiro de oficina. Desde o momento do “Sim” a barriga esfriou e a responsabilidade bateu. Eu engatinhando no teatro, ia estar a frente de pessoas querendo aprender, porém uma das primeiras coisas que aprendi dentro do Fulano di Tal (meu grupo de Teatro) é que a arte não é lugar para covardes e sim para pessoas fortes que acreditam no ofício. Então recolhi tudo que tinha aprendido, estudado e embarquei nessa empreitada linda.
Primeiro dia de aula estava muito nervoso e ao mesmo tempo vibrando com aquele novo ciclo. Conheci um pouquinho de cada um que estava lá, conheci os medos, a rotina, o que achavam que era teatro, o que esperavam da oficina. E cada história contada com a voz baixinha e tímida me atingia como um canhão, me estremecia todo. Era muita responsabilidade, mas estar nessa com o Marcelo era ter certeza que tudo daria certo. E deu!
A oficina foi linda, compartilhei tudo o que cabia no momento.
Aprendi mais do que ensinei. Sai com mais coisas do que entrei.
E isso não tem tesouro que pague. Sou muito agradecido pelo Marcelo e por vocês por terem dado a oportunidade de estarmos juntos. Finalizamos da maneira que vocês queriam: no palco. Foi lindo ver vocês lá. Obrigado pela coragem e confiança.
E mais uma vez queria agradecer ao Marcelo pelo ser incrível que é, um amigo que eu já ouso a chamar de irmão, uma pessoa correta, transparente, guerreira, que ama seu ofício. Nosso diretor, com alma de artista e artista dos grandes. Nosso grande professor, muito obrigado por existir em nossas vidas!
Enfim, o que fica é a saudades das nossas manhãs de sábado e o começo de um caminho para mim e para vocês. Agora é seguir estudando e construindo a casa dos meus sonhos junto de pessoas que amo estar perto.
Avante, continuemos lutando e enfrentando o mundo com o teatro. Merda!
Por Edner Gustavo
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